ridyas: sp-arte editorial
“(…) Se para Décio Pignatari todo poema ‘é uma aventura planificada', para Ridyas o poema é aventura espacial, percorrível, imersiva. O texto já não é só código, mas matéria e presença. Poderíamos também aproximá-lo do caso do poeta Ferreira Gullar com o 'Poema enterrado', o ‘primeiro poema com endereço da literatura mundial’. O 'Poema espacial – Rodovia’ também exige logradouro. Como diria Haroldo de Campos, ‘uma arte não que apresente, mas que presentifique’.
Com a morte prematura em 1979, a obra do artista ficou consideravelmente intocada até pouco tempo. Em 2017, o curador Ángel Calvo Uloa exibiu obras, anotações, projetos e documentos do artista no Ateliê Fidalga, em São Paulo. No mesmo ano, a Central Galeria remonta a instalação apresentada na Bienal de 1977. É nessa ocasião que o Museu de Arte Moderna de São Paulo adquire o trabalho de Ridyas, fazendo o artista integrar a primeira coleção pública do país, quase quarenta anos depois de sua morte. Carecem ainda leituras críticas sobre sua obra, assim como sua inserção mais ampla nos capítulos da arte e da poesia dos anos 1970. Esperamos que o momento seja agora."