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Lourival Cuquinha participa de Histórias brasileiras, grande exposição no MASP que fica em cartaz até 30 de outubro. Dividida em 8 núcleos e organizada por 11 curadores, a mostra reúne mais de 400 objetos, entre pinturas, desenhos, esculturas, fotografias, vídeos, instalações, jornais, revistas, livros, documentos, bandeiras e mapas.
Cuquinha está no núcleo Retomadas, com curadoria de Clarissa Diniz e Sandra Benites, apresentando a cômoda e o registro em vídeo de seu trabalho Apólice do Apocalipse (2018-2021). Na obra, o artista coloca uma cópia da carta de Pero Vaz de Caminha dentro de um antiga cômoda de madeira e vidro repleta de grilos vivos. O trabalho faz menção à pratica da "grilagem", cujo nome tem origem no fato de que esses insetos eram usados para forjar o envelhecimento de documentos falsos de posse de terra. Reescrita a próprio punho pelo artista sobre papel moeda, a carta de Caminha descreve as terras brasileiras à Coroa Portuguesa, atestando-a como propriedade de Portugal – trata-se, portanto, da "primeira grilagem do Brasil", como Cuquinha define.
"Histórias brasileiras são histórias complexas, contraditórias, múltiplas, fragmentadas, incompletas. A exposição é apresentada no ano em que se completam 200 anos da Independência do Brasil e 100 anos da Semana de Arte Moderna. Mas são também os 100 anos da morte do escritor Lima Barreto, 100 anos do nascimento dos artistas Judith Lauand e Rubem Valentim. Além disso, há hoje uma intensa revisão das histórias do Brasil – expressa em livros, exposições, conferências, filmes e documentários. Quais são os temas, as narrativas, os eventos, e as personagens a serem celebrados, estudados e questionados neste longo e conflituoso processo? Quais têm sido esquecidos de maneira proposital?"
Histórias brasileiras
26 ago – 30 out 2022
MASP
Av Paulista, 1578
São Paulo