carmézia emiliano: mulheres artistas - acervo em expansão

Carmézia Emiliano participa da exposição coletiva Mulheres Artistas: Acervo em Expansão, em cartaz no Museu Nacional da República até 25 de maio.

A mostra apresenta um recorte do acervo do Museu Nacional, do Museu de Arte de Brasília e do Memorial dos Povos Indígenas, construído a partir da produção realizada por mulheres presentes nessas instituições.

“Somente 20% dos artistas da coleção deste museu são mulheres e, entre elas, apenas uma é uma mulher trans”, destaca Fran Favero, curadora da mostra e diretora do Museu Nacional da República. Ela chama atenção para a desigualdade de gênero nos acervos dos aparelhos culturais de Brasília e em toda a cadeia global da arte.

“O próprio protagonismo feminino de imaginar a si e ao mundo é entendido como um gesto de resistência e de questionamento do cânone historicamente construído da arte hegemônica ocidental, calcada em valores patriarcais e coloniais”, afirma a curadora, que selecionou 34 artistas para a exposição, dividida em cinco núcleos temáticos: Natureza simbólica, Arquiteturas íntimas, Corpo e suas representações, Corpo em performance e Palavras de resistência.

A pintura "Parixara" (2004), de Carmézia Emiliano, em exibição na mostra, retrata a celebração da primeira colheita. “O Parixara se tornou um nome genérico para muitas músicas e danças, tanto Makuxi quanto Wapichana, que são praticadas há séculos por esses povos. Eu digo ‘há séculos’ porque temos referências e uma memória ancestral dessas práticas. Entre os Makuxi, por exemplo, há também os Tukui, os Marapa, os Areruia, os Eremukon, os Simidin”, explica Ananda Machado, coordenadora do Programa de Valorização das Línguas e Culturas Indígenas de Roraima. Transmitidas de geração em geração pelos povos Macuxi, as danças e os cantos são uma oração de agradecimento à terra, aos alimentos, aos animais, à natureza como um todo e à união.


Carmézia Emiliano: Mulheres Artistas - Acervo em Expansão
03 abr - 25 mai 2025
Curadoria de Fran Favero
Museu Nacional da República
Distrito Federal, Brasil


 

carmézia emiliano, parixara, 2004 (detalhe). foto: cortesia museu nacional da república

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