artur barrio: arte subdesenvolvida
500 sacos de plástico contendo sangue, pedaços de unhas, salivas, cabelos, urina, e outros dejetos orgânicos, foram lançados em diferentes endereços no Rio de Janeiro. A ação de Artur Barrio, registrada por César Carneiro, decorreu na primeira quinzena de abril de 1970. Em texto, Barrio pontua que o objetivo foi a "fragmentação do cotidiano em função do transeunte".
As fotografias resultantes estão em exibição na exposição coletiva “Arte Subdesenvolvida”, curada por Moacir dos Anjos. A mostra é articulda a partir de diferentes mídias e costura, de maneira crítica, as diferentes interpretações e problemáticas em volta do conceito de subdesenvolvimento. "O recorte da exposição é de 1930 ao início dos anos 1980, quando houve a transição de nomenclatura, no debate público sobre o tema, como se fosse algo natural passar do estado do subdesenvolvimento para a condição de desenvolvido,” conta Moacir. “Em algum momento, perdeu-se a consciência de que ainda vivemos numa condição subdesenvolvida”, finaliza.
A obra de Barrio está na sala que leva o tema “Brasil é meu abismo”, com expografia formada por obras realizadas durante o período da ditadura militar e focada nas diferentes estratégias criadas por artistas para driblar o regime.
Artur Barrio: Arte Subdesenvolvida
28 ago - 18 nov 2024
Curadoria de Moacir dos Anjos
Centro Cultural Banco do Brasil
Belo Horizonte, Brasil